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Dedicação às urgências e emergências médicas do dia a dia.

A Abramurgem reconhece o valor das sociedades de especialidade pela importante contribuição que vêm trazendo à assistência médica no país. Entende que todas elas possuem suas áreas de Urgência e Emergência muito bem estruturadas, sendo impossível conceber a existência de indivíduos despreparados atuando no mercado e colocando o paciente em risco. Por isso, não podemos submeter médicos ao exercício da Medicina de Urgência e Emergência nas várias especialidades sem que tenham competência para tal.

Não podemos compactuar com a ideia de que as entidades filiadas à Associação Médica Brasileira, cujos propósitos são de grande altruísmo, se rendam a decisões políticas e tendenciosas. Uma sociedade científica precisa ser estruturada nos princípios da academia, daqueles que constroem o conhecimento.

Primeiramente é preciso entender que no Brasil a Urgência e Emergência é, por excelência, uma área multi e interdisciplinar que envolve diversas disciplinas acadêmicas e diferentes especialidades representadas pelo Conselho de Especialidades da Associação Médica Brasileira (AMB).  Nesse sentido, não precisamos de um indivíduo com especialização em emergências, mas sim de uma equipe qualificada e preparada para suprir as demandas desse atendimento. Criar uma nova especialidade seria exagerar na fragmentação e compartimentalização do saber médico.

Um cirurgião, por exemplo, não tem formação para tratar arritmia cardíaca ou infarto do miocárdio com a mesma capacidade que um especialista em Cardiologia, assim como um clínico não teria a competência de operar um abdome agudo. E a academia, templo do saber, também não tem como qualificar o indivíduo para o exercício de uma Medicina de Urgência e Emergência que envolve todas as especialidades médicas.

É preciso lembrar que, há algum tempo, a Associação Médica Brasileira com muita competência elaborou os princípios e conceitos que devem caracterizar uma especialidade médica. E estou certo de que as entidades hoje vinculadas à AMB não podem estar ombreadas a uma outra que não atenderia a essas exigências, como é o caso de uma possível especialidade de Medicina de Urgência e Emergência. Apenas para citar um exemplo, a Cardiologia é uma das especialidades que possui sua área de emergência muito bem estruturada, com visão moderna e progressista. Em muitos prontos-socorros, inclusive, há áreas dedicadas à dor no peito.

Por fim, atesto que essa decisão apenas traria aos profissionais a exigência de obtenção de um título de especialista para trabalhar em prontos-socorros e serviços de emergência, o que, na prática, significaria mais investimento de tempo e dinheiro, sem nenhuma garantia de qualidade. Um problema também de natureza ética, uma vez que indivíduos não portadores do título de especialista teriam problemas para exercer a profissão, podendo ser inclusive envolvidos em questões éticas junto aos seus conselhos regionais e até mesmo na justiça comum.

É por ter tal compreensão que a Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência foi criada em 2009, a fim de valorizar os profissionais e se tornar um canal para compartilhar o que há de mais efetivo para a assistência médica de urgência e emergência no país.

Fernando Sabia Tallo é presidente da Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência